Em frente.

Cheguei.

se vim empurrado, amarrotado pelo passado, não sei,

foram tantos passos decidindo partir,

tantas luas que não me viram sorrir,

que já nao sei mais se foi fé ou esperança que me trouxeram aqui.

Trago bagagens,

mas não se preocupe em carregá-las,

apenas me desculpe por trazê-las.

Embora por excesso de peso,

algumas tenham ficado pelo caminho,

bem sabes,

que não segui por toda essa viagem sozinho.

Para buscá-las, nao regresso,

cedi à vontade no início,

para depois descobrir com sacrifício,

que ao voltar nunca obtive sucesso.

Então as larguei, relutante

uma a uma, fui deixando na estrada partes de mim,

sentindo o peso diminuir dos ombros,

a cada escombro da minha alma

que caía nessa estrada sem fim.

Raphael Moura
Enviado por Raphael Moura em 04/05/2017
Reeditado em 04/05/2017
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