Um eu livre...
Sim, sem rótulos é bem melhor... Não é porque gosto de escrever o que sinto, que necessariamente serei escritora. Não é porque às vezes escrevo em versos, com ou sem rimas, que necessariamente serei poetisa. Apenas me dou o direito de mexer com as palavras e deixar que elas libertem meus sentimentos e viajem lindas, ao sabor do vento...
Então, pra que perder tempo em me rotular? Não fiz faculdade de letras, o que é uma pena. Adoraria ter feito... Também nunca lancei livros... Quem sabe um dia, não é? Nunca é tarde. Mas por ora, apenas escrevo. Escrevo o que sinto e quando sinto. Não tenho compromisso com o verso, nem hora marcada com meu eu lírico... Aliás, nem sei por onde ele anda... Apenas, nesse momento, sou eu. Um eu livre, sem direção e nenhuma inspiração obrigatória... Um eu que passeia sem culpas por minhas entrelinhas caladas e linhas quase vazias... Por ora, sou um eu totalmente desobrigado.
Agora, se algum dia, o verso deixar de brotar livremente se fazendo obrigatório, ou, se ao escrever, lágrimas deixarem de cair de meu olhar, aí não serei mais livre, nem serei mais eu... Aí sim, podem até me rotular...
03.05.2017.