Kilimanjaro

Eu quero escalar o Kilimanjaro

Para sobrevoar minhas dúvidas

Encontrar na alma um anteparo

Mirar o Sol com luzes plúrimas

Vou sarar as feridas adquiridas

Ao longo de lutas e desacertos

Foram flechas a mim desferidas

Pelos outros e por mim, decerto

Ao abrigo frio da montanha gelada

No ar rarefeito encontrarei um jeito

Na companhia do céu e das cabras

Vislumbrarei meu horizonte perfeito

Meditando verei onde o amor nasce

E onde a dor e o sofrimento se põem

De olhos fechados a fome se satisfaz

E no silêncio, sentidos se decompõem

Ao Kilimanjaro, antigo e imenso vulcão

Incandescente sob a imaculada neve

Peço que derreta os medos e solidão

E que a alegria chegue muito em breve

Quero descer do Kilimanjaro devagar

Com a alma alimentada de sabedoria

Absorvida do Cosmo e daquele lugar

Agora sei que a vida é de minha autoria.