POEMA EM BRAILE
Cega sou de amor por ti. E pra te fazer um poema, braile foi a linguagem. Escrevi sobre teu corpo nu, recitei suavemente... Minha língua, tateando tua pele tinha toda a malícia que um dia desejei. Tolice ou inocência não sei, mas de teu sabor me embreaguei. De teu poema recitei versos inversos, fiz malabares rimados, ousados... Dancei no teu poema feito bailarina em noite de gala. E em pouco, o poema adentrava-me a pele, tocava-me as vísceras... Enquanto eu fui sujeito passivo de um poema vivo, devasso. Virei súdita de minha própria criação. Odalisca feliz!... Poema feito, desfeito, perfeito! Nessa noite o poema se fez!
Petrolina-PE, 01 de março de 2012.