Palavra
Eu sou palavra que adormece
no leito de um livro,
desses antigos,
de mercúrio
e folhas
que viram homens, tristezas, andanças...
Histórias de quem nunca cansa
de contar 1, 2...talvez milhar.
Quando silencio me doem os ouvidos,
desses atrevidos de olhos macios
a espreitar a tinta,
as páginas de pólen,
o autor na orelha,
o posfácio zombeteiro
do meu fim.