Papel de bala no chão
Dias bicudos, sob as sombras do outono
Dias movimentados, sob escarlate escuro
Dias de temer e de lula lelé, sob murros
Dias de dúvidas, sob forte torpor coletivo
Ladridos raivosos, desconexos e demasiados
Território demarcado e postes “mijados”
Ontem um cara-pintada, gritava e sonhava
Hoje as tintas desbotam... lavadas a jato
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Não gosto muito de escrever poesias sobre o tema. Mas, como somos escritores e poetas, a sensibilidade está sempre à flor da pele.
Por isso, escrevi o texto acima e completo:
Leio, assisto, converso, saio às ruas e confesso que fico pasmo com tantos enfrentamentos.
Entendo e apoio os “paros” como forma legitima de manifestação. Mas, o que não consigo conceber é que após conversar com os lados (trabalhador, estudante, empresários, professores, enfim; gente), percebo que todos nós queremos a mesma coisa e não conseguimos encontrar a sinergia necessária para juntos buscarmos soluções!
Os desmandos vêm de todos os lados e ainda Vivemos na infância do desenvolvimento, publicando receitas de comidas nas primeiras páginas para preenchimento de espaços.
Mas, agora também se publica poesias da vida real e por isso penso que podemos evoluir e transformar essa realidade.
Por quê acho isso? Porque "Moro" no mesmo país que "Sérgio" trabalha, faxina e oferece elementos para essas poesias.
Haverá o dia em que finalmente arrebentaremos as amarras e nos desvencilharemos das cruzetas. Quem sabe, não demore para que possamos construir um país sem marionetes e, com sabedoria, finalmente pararmos de jogar goma mascada e papel de bala no chão. Que o limite seja o "papel de bala"... doce.