Sobre barcos, meninos e sonhos

Sinto mil mares;

Sinto a imensidão desvencilhar e se retorcer;

Sinto o timoneiro ver sem ser, navegar sem saber;

Sinto barco fundo, barco moribundo e sujo;

Sinto menino de sonho se afogar;

Caravelas de um corpo imundo e desgastado se perdem;

O caís imerso em escuridão e palavras disléxicas;

O naufrago pega a alma e rema;

Desprende-se da ancora, não se rende, ele só se conhece quando esquece;

Imediato com ondulações de um mar errado, prático, se faz errado;

Não navega, não conduz só se perde;

Suscita, se intriga e grita e se perde nesse mar;

Pega a inquietação e nada;

Torna-se o arpão e nada;

Homem mar, homem de se amar, pega e nada;

Nada e nada e nada e nada;

Em teus devaneios errados e sempre erráticos;

Comungo desatinos e desalentos pela maré;

A chuva cai e as lágrimas parecem sucumbir;

É arte navegar, é arte ser perder e ser timoneiro de seu próprio mar;

A arte e o mar de sonhar e amar e nadar é nada é nada é nada.

G S
Enviado por G S em 26/04/2017
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