Comentário ao Bêbado
Comentário ao Bêbado
Suas carnes coladas no chão
Adequaram-se ao solo.
É mais fácil ali ficar.
Peças humanas menos que simples:
Pernas, braços, troncos, cabeças
E até o coração.
Preferiu fazer uma parceria em paralelo.
Não vence e nem concorre com o vento.
Deixar-se assim, invadir-se
É ferir o normal de tudo.
Evadir-se do cotidiano.
Alavancar em movimentos
Que chocam a multidão,
Que contradiz o equilíbrio.
Tudo pára no mundo agora.
Há certezas nesta vida que estão ocultas.
Ninguém quer descobri-las,
Pois não interessam.
O bastante é incomodar.
Mais aguça a todos.
Aí vem a curiosidade congênita.
Ela instiga a paciência
E todos querem saber...
E outros entender o por quê...
Nesta falta de memória temporária