Comentário ao Bêbado

Comentário ao Bêbado

Suas carnes coladas no chão

Adequaram-se ao solo.

É mais fácil ali ficar.

Peças humanas menos que simples:

Pernas, braços, troncos, cabeças

E até o coração.

Preferiu fazer uma parceria em paralelo.

Não vence e nem concorre com o vento.

Deixar-se assim, invadir-se

É ferir o normal de tudo.

Evadir-se do cotidiano.

Alavancar em movimentos

Que chocam a multidão,

Que contradiz o equilíbrio.

Tudo pára no mundo agora.

Há certezas nesta vida que estão ocultas.

Ninguém quer descobri-las,

Pois não interessam.

O bastante é incomodar.

Mais aguça a todos.

Aí vem a curiosidade congênita.

Ela instiga a paciência

E todos querem saber...

E outros entender o por quê...

Nesta falta de memória temporária

LÉA
Enviado por LÉA em 25/04/2017
Código do texto: T5981247
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