"Ficção e condução"
Voltei o olhar ficcional para dentro da página sugerida: eram duas linhas entrelaçadas, envoltas em sublime cadência, revestidas de eternas conjugações e desprovida de qualquer objetividade. Relutei, forçadamente fui acometida de um súbito lapso de consciência, novamente virei à página, mas meus pensamentos estavam lá, naquela página anterior, tão destra de malícia e deliciosamente legível.
Dispostas num enredo eufórico e prazeroso jaziam dois personagens despidos integralmente de suas dúvidas e medos: eram amantes de corpo e espírito, havia em suas atitudes um gesto de rudeza indiscutível, porém aos poucos se transformavam em toques sutis e intensos.
Tornei-me espectadora e ouvinte: via descontrole e ouvia os gemidos, vislumbrava o prazer caracterizado em faces mutantes, distinguia um gozo de um simples sussurro. Continuei ali, diante daquela intensa narrativa, como um voyeur.
Na ânsia de devorar àquelas expressões e absorve-las em sua totalidade, percorri anelantemente cada linha. Digeria metáforas com gosto de antíteses, eram meus os contraditórios pensamentos: despir cada expressão, digerir cada linha até fazer emergir os meus próprios devaneios.
Passei alguns dias com o tal livro em mãos, foi meu companheiro inseparável até mesmo em minhas tormentas. Excitava-me e conduzia-me, talvez preparassem as palavras para virem à tona no momento ideal. Acertei o passo, tomei fôlego e finalizei minha leitura.
Os protagonistas em palavras se acabaram, mas em mente vivem. São como Peri e Cecília materializando seus amores (espirituais), uma Capitu sedutora e um Bentinho comedido ou talvez Caetana eloqüente capturando as essências de uma amor , pouco antes negado por Polidoro? Não sei. Há de interpretar o fim conforme seus olhos concluírem as leituras.
Mas os meus, diante da tempestade torrencial, fecharam-se: perdi palavras-guia. Dissabores eu ganhei entre momentos idos e vindos, só o fortalecimento é que cala a palavra falante, mas em significados carregada, transforma-se.
Voltei o olhar ficcional para dentro da página sugerida: eram duas linhas entrelaçadas, envoltas em sublime cadência, revestidas de eternas conjugações e desprovida de qualquer objetividade. Relutei, forçadamente fui acometida de um súbito lapso de consciência, novamente virei à página, mas meus pensamentos estavam lá, naquela página anterior, tão destra de malícia e deliciosamente legível.
Dispostas num enredo eufórico e prazeroso jaziam dois personagens despidos integralmente de suas dúvidas e medos: eram amantes de corpo e espírito, havia em suas atitudes um gesto de rudeza indiscutível, porém aos poucos se transformavam em toques sutis e intensos.
Tornei-me espectadora e ouvinte: via descontrole e ouvia os gemidos, vislumbrava o prazer caracterizado em faces mutantes, distinguia um gozo de um simples sussurro. Continuei ali, diante daquela intensa narrativa, como um voyeur.
Na ânsia de devorar àquelas expressões e absorve-las em sua totalidade, percorri anelantemente cada linha. Digeria metáforas com gosto de antíteses, eram meus os contraditórios pensamentos: despir cada expressão, digerir cada linha até fazer emergir os meus próprios devaneios.
Passei alguns dias com o tal livro em mãos, foi meu companheiro inseparável até mesmo em minhas tormentas. Excitava-me e conduzia-me, talvez preparassem as palavras para virem à tona no momento ideal. Acertei o passo, tomei fôlego e finalizei minha leitura.
Os protagonistas em palavras se acabaram, mas em mente vivem. São como Peri e Cecília materializando seus amores (espirituais), uma Capitu sedutora e um Bentinho comedido ou talvez Caetana eloqüente capturando as essências de uma amor , pouco antes negado por Polidoro? Não sei. Há de interpretar o fim conforme seus olhos concluírem as leituras.
Mas os meus, diante da tempestade torrencial, fecharam-se: perdi palavras-guia. Dissabores eu ganhei entre momentos idos e vindos, só o fortalecimento é que cala a palavra falante, mas em significados carregada, transforma-se.