As nem um pouco pequenas coincidências entre as naturezas humana e vegetal...

- Amorzinho! cadê a nossa tesoura de jardim?...

Nos belos e acolhedores jardins, as flores!

Por mais belas e atraentes que sejam

Devem ser podadas...

Isso, logo após murcharem, definharem e começarem a apodrecer.

Assim, natural e humanamente ajudadas, logo, bem logo

Estarão restauradas, e darão lugar a novos e deslumbrantes florescimentos.

Alguns passos e suspiros adiante

Entrando pelo delicado campo dos relacionamentos...

Com suas calorosas - e "eternas" juras de amor!

Mais os doces e sensuais e apaixonados engalfinhamentos

Em quase nada isso tudo difere...

...Pois também logo, bem logo, a PODA deveria ocorrer!

Quiçá isso devesse (se assim possível fosse...) ocorrer fria e racionalmente

Até mesmo para preservar a saúde mental

e emocional...

Das pobres criaturas passionalmente envolvidas.

Cá com minha envolvente e aconchegante flor de mel...

E todas estas minhas demais coloridas e atraentes amiguinhas florais!

Fico a me indagar sobre quantos, em sã e oxigenada consciência...

- Como se isso fora fácil aos "eternamente" apaixonados, aiaiaiaiiii...-

Aguardariam...

A chegada da ditadura das mentiras, das ausências

Dos esfriamentos relacionais, e das traições passionais...

E pessoais...

...Ou até mesmo da mútua negação do próprio caráter, enfim

Para só então aceitarem que já passaram

Do tempo certo da necessária e salutar poda...

...Nesse seu possivelmente já então moribundo relacionamento.

- Amorzinho! cadê a nossa tesoura de jardim?...

Poetinha Armeniz Muller.