MEU GRITO

Sufoco meu grito

Que por não ser aceito

Silencia delírios de uma alma aflita.

Sufoco palavras

Que por não serem sagradas

Não são vistas como sábias,

e sim como insanas, levianas.

Travo na garganta o sabor amargo,

do que não é dito, para que eu não adoeça,

impedindo que a acidez da indignação,

queime minha lucidez

e corroa minha mente sã,

ao ver a humanidade entorpecida,

perdida em valores trocados,

versos milimetricamente rimados,

amores formatados,

autorizados por interesses levianos,

que aceitos gradeiam

a falsa sensação de liberdade

outrora conquistada.

Triste viver refém do próprio grito,

que por não ser aceito,

mantém reclusa minha consciência livre.

Rita Aroni
Enviado por Rita Aroni em 14/04/2017
Reeditado em 17/04/2017
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