MEU GRITO
Sufoco meu grito
Que por não ser aceito
Silencia delírios de uma alma aflita.
Sufoco palavras
Que por não serem sagradas
Não são vistas como sábias,
e sim como insanas, levianas.
Travo na garganta o sabor amargo,
do que não é dito, para que eu não adoeça,
impedindo que a acidez da indignação,
queime minha lucidez
e corroa minha mente sã,
ao ver a humanidade entorpecida,
perdida em valores trocados,
versos milimetricamente rimados,
amores formatados,
autorizados por interesses levianos,
que aceitos gradeiam
a falsa sensação de liberdade
outrora conquistada.
Triste viver refém do próprio grito,
que por não ser aceito,
mantém reclusa minha consciência livre.