Pensamentos de Carnaval
Domingo de carnaval. Frio, chuva, tédio. Não gosto desse tempo, fico deprimida se não houve sol durante o dia. Não gosto de carnaval também. Nem liguei a TV pra dar uma espiada nas escolas de samba. Acho bonito, mas mesmo sendo assim, lindo, não tenho paciência e muito menos interesse. Fiz uma programação para esses dias que foi em vão. Por falta do sol.
Mas nada que tenha feito grandes estragos nos meus dias. Não deu piscina com amigos, deu cerveja a noite no clube com outros amigos. Bom da mesma forma. O problema é a dor de cabeça do dia seguinte. O desânimo, a vontade de não fazer nada. Mas também...nada de importante tinha para ser feito hoje, a não ser coisas na cabeça pra serem organizadas.
Mas não organizei nada. Pelo contrário. Está mais confuso ainda. Será a energia desses dias de alegoria, de fantasias? Será a falta da ficha que ainda não caiu? E tem que cair?
Por mais que eu tenha tentado pensar hoje (e francamente não deveria ter me posposto a isso justo hoje que a cabeça está pesada) não consegui entender e nem decifrar nada.
Eu fiz perguntas? Não. Eu quis saber? Não. Tinha um perfil nas mãos? Não.
Então porque estou reclamando? Por falta de lealdade, eu acho. As pessoas estão esquecendo disso, de serem leais umas com as outras. Lealdade pode ferir, eu sei, mas nunca mais do que o silêncio, a surpresa, o não saber depois o que fazer com a história sem fim. Ou com um fim sem palavras.
Não vou pensar mais hoje, alguma coisa deve acontecer e a vida vai continuar o seu curso. E eu vou seguindo o rumo, sem muitas expectativas, embora isso leve a um esforço quase insuportável.
Vou viver o agora. Mesmo porque o minuto seguinte ninguém sabe mesmo. E mesmo se alguém soubesse, tudo pode mudar em um segundo dependendo da ação de uma única pessoa, um único gesto, uma única palavra. Melhor esperar.