Ele diante do mar.
Ele, diante do mar, ouve o sopro dos ventos. Às vezes imagina. Às vezes sonha. Caminha em direção as ondas. Sente o vento forte outra vez e corre para também sentir a liberdade. Chega diante das águas e se enche de satisfação ao ver as espumas cobrirem seus pés. As águas se recolhem, convidando-o para o tão esperado mergulho.
Ele, diante do mar, ouvindo o sopro dos ventos. Às vezes imagina. Às vezes sonha. Vai na contracorrente das águas e mergulha. Volta à superfície para respirar e não teme a força das ondas. Mergulha novamente. Se distancia da praia. Submerge. Lembrou-se que estar no mar era com o que ele mais se deliciava. Retorna a superfície e então abre os olhos... Assim, ao abrir os olhos, tão rápido como um raio de luz, estava ele ali de volta, distante do mar, observando o oceano.
Ele diante do mar. O sopro dos ventos ainda é constante em seus ouvidos. Sobre a cadeira de rodas se desloca sozinho. Acostumado com sua condição, segue pela calçada alta na longa avenida. Retornou à realidade. Em silencio, mergulhava em pensamento desejando ir em direção as ondas. Às vezes imagina. Às vezes sonha.