[Cacos ao relento]

O que eu faço de mim?! Pudesse eu juntar os meus cacos com uma vassoura de palha de coqueiro e jogar fora, no monte de ciscos do mundo, ao vento da noite, no sereno, ao relento... que mereço?!

Mas, e se alguém... Alguém, buscando sonhos, recolhesse esses cacos, e tentasse juntá-los... Mas para quê? Para sofrer à toa?! Para quê... Se eu não me entrego, se jamais os tormentos me deixam ser inteiro!? Se estando aqui, eu também estou lá? Eu só me erro...

Não sei de nada; mas sei que a vassoura há de ser de palha de coqueiro, tal como aquela que, do terreiro de minha mãe, por suas bondosas mãos, me varreu para mundo... sou fruto de semente estrangeira, errante no mundo.

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[Desterro, 04 de abril de 2017, às 22h28]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 10/04/2017
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