[A dor desejada ou os Deslimites da Dor e do Prazer]

Como se pode transcender a dor rumo ao prazer? Surpreendente, paradoxal? Não — são mistérios dos corpos em transe... Estados de ser que poucos vivenciam!

Antes de ..., experimentamos uma certa dor, uma dor que não sabemos decifrar, pois já estamos a nos perder — ela vem assim, misturada com o prazer. É ânsia antiga e renovada — queremos senti-la agora, agora, não depois!

No começo do transe, tentamos uma falsa fuga — afinal, queremos... pedimos... e esperamos aquela dor que — sabemos bem! — é o prenúncio do prazer. Recomeçamos...

Passado um instante crítico, em que algumas lágrimas de prazer podem até surgir, o corpo supera dor — esta já ficou no passado imediato. O ritmo dos movimentos aumenta até que, enfim, é alcançado o deslimite do prazer!

Mas, ah, é um efêmero prazer que logo será guardado na memória do corpo! Depois, será longa a espera por outra conjunção... Não de corpos astrais, é claro, mas dos nossos corpos!

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Gastei alguma coragem para escrever e sei que não estive à altura desse tema. Mas, o que eu sinto, eu escrevo, eu tento em palavras o que experimentei antes!

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[Desterro, 06 de abril de 2017]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 10/04/2017
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