Cortinas rasgadas
Rasguei em mil pedaços
A cortina colorida alinhadas
Por rimas
Rasguei
Senti a dor corroer
O coração moer
Rasguei
A sombra da tarde
Explodindo
Abrindo fendas profundas
Ruído do fundo de mim.
Rasguei a ilusão
Trazendo prazer
Indo embora esburacada
Deixando o corpo as traças.
Rasguei
Doeu, sangrou
Ao findar a última gota
Não vislumbro falsa emoção
Abri os olhos
Vejo as linhas do tempo
Chamando a um momento
Vazio do início dolorido
Preenchido com algas
Flores e mar
No colo da terra
O sabiá sabe cantar
Eu vou caminhando
Em paz
Por ter rasgado
O mundo que me travava
Levando a morte devagar.