déjà-vu, e jovens adultos dialogando uma vida
"Vem pra cá," ela me disse despretensiosamente.
"Eu vou. Sim, eu vou. Eu quero ir," respondi sem muito saber o que poderia vir depois da frase seguinte. "Já vai vendo uns apartamentos aí pra gente."
"Vejo."
"Só levo minhas camisetas pretas e minha máquina de escrever."
"Imagina."
"Pouco boêmio, né? Bucólico."
"Apartamentinho sem nada quase dentro."
"Vintage."
"Colchão no chão. Nós."
"Tinha uma série na Netflix que retratava a vida de três jovens em São Paulo que era assim. Não lembro se ela era da MTV ou da Multishow. Apartamento sem nada quase dentro. Colchão no chão. Porra, dá mó vontade."
"Meu sonho."
"Meu sonho."
"Nosso sonho," ela juntou.
"Aí deixa as coisas tudo no chão também. Única coisa que não vai estar no chão serão nossos sonhos. E nossas roupas."
"Pega umas caixas, tipo essas de feira, pra guardar as coisas," ela deu uma gargalhada depois de imaginar como seríamos assim. Desejei naquele momento poder ouvi-la, e guardar sua risada para os momentos que eu precisasse, quando a vida estivesse assim, um pouco caótica, insatisfatória, e eu não soubesse o que fazer com o mínimo de importância que a desse.
"Sim. Um colchão pra fazer de sofá também. A televisão no chão. Isso se a gente tiver uma," minha cabeça começou a trabalhar um pouco mais em desejos que meu íntimo guardava. "Televisão pra que também, né?"
"Virar aquelas pessoas que ficam cuidando o que as pessoas botam fora. Pra levar pra casa, cadeira, etc."
"Sim."
"Tipo Medianeiras, o filme lá. Sabe?"
"Imaginei um manequim agora dentro de casa."
"Que nem no filme!" ouvi seu grito de animação. A exclamação, o ataque da vontade em fazer aquela vida sonhada se tornar realidade.
"A gente passando na rua, aí vê um manequim, aí ah, vamos levar? e vamos. Aí a gente leva e fica lá. Aí enfeita e tudo. Põe um chapéu no manequim, aqueles negócio de natal que agora esqueci o nome. Não a luzinha pisca-pisca. Aquele que é fofinho. Faz tipo cachecol. E eu nunca assisti esse filme." a última frase eu sussurrei.
"Assiste o filme, acho que tem na Netflix. Tu vai amar. É argentino, muito bom."
"Vem pra cá," ela me disse despretensiosamente.
"Eu vou. Sim, eu vou. Eu quero ir," respondi sem muito saber o que poderia vir depois da frase seguinte. "Já vai vendo uns apartamentos aí pra gente."
"Vejo."
"Só levo minhas camisetas pretas e minha máquina de escrever."
"Imagina."
"Pouco boêmio, né? Bucólico."
"Apartamentinho sem nada quase dentro."
"Vintage."
"Colchão no chão. Nós."
"Tinha uma série na Netflix que retratava a vida de três jovens em São Paulo que era assim. Não lembro se ela era da MTV ou da Multishow. Apartamento sem nada quase dentro. Colchão no chão. Porra, dá mó vontade."
"Meu sonho."
"Meu sonho."
"Nosso sonho," ela juntou.
"Aí deixa as coisas tudo no chão também. Única coisa que não vai estar no chão serão nossos sonhos. E nossas roupas."
"Pega umas caixas, tipo essas de feira, pra guardar as coisas," ela deu uma gargalhada depois de imaginar como seríamos assim. Desejei naquele momento poder ouvi-la, e guardar sua risada para os momentos que eu precisasse, quando a vida estivesse assim, um pouco caótica, insatisfatória, e eu não soubesse o que fazer com o mínimo de importância que a desse.
"Sim. Um colchão pra fazer de sofá também. A televisão no chão. Isso se a gente tiver uma," minha cabeça começou a trabalhar um pouco mais em desejos que meu íntimo guardava. "Televisão pra que também, né?"
"Virar aquelas pessoas que ficam cuidando o que as pessoas botam fora. Pra levar pra casa, cadeira, etc."
"Sim."
"Tipo Medianeiras, o filme lá. Sabe?"
"Imaginei um manequim agora dentro de casa."
"Que nem no filme!" ouvi seu grito de animação. A exclamação, o ataque da vontade em fazer aquela vida sonhada se tornar realidade.
"A gente passando na rua, aí vê um manequim, aí ah, vamos levar? e vamos. Aí a gente leva e fica lá. Aí enfeita e tudo. Põe um chapéu no manequim, aqueles negócio de natal que agora esqueci o nome. Não a luzinha pisca-pisca. Aquele que é fofinho. Faz tipo cachecol. E eu nunca assisti esse filme." a última frase eu sussurrei.
"Assiste o filme, acho que tem na Netflix. Tu vai amar. É argentino, muito bom."