Da dança
Agora sou viagem, sou bússola, sou mar.
Escapei de mim, afoguei meus pesadelos.
Danço uma musica, danço para estar em mim,
e habitar o espaço dos meus sonhos.
Escapei pelos subterrâneos que diziam:
Te escravizei com as minhas ilusões. Pelas suas ilusões , te comprei e vendi, nos mercados, nas praças, ao sabor dos homens e das coisas.
Na esperança de um amor, fui cantar o amor. Um amor que me ajudasse a atravessar a penumbra, e chegar à casa onde mora a felicidade.
Aprendi a dança.
Dançar com o coração é um momento na eternidade !
Evoquei Orfeu, para com fulgurantes passos inebriar a dança.
Ensaiei os passos para um espetáculo imenso: A dança da liberdade. Mas não havia homens livres e a musica foi se esconder nos abismos da alma.
Estou livre, mas fiquei só.
Não existe liberdade na solidão.
Preciso de outros passos para compassar os meus.
A alegria não acompanha o dançarino solitário !