O INVERNO NA LAGOINHA
Francisco
O INVERNO NA LAGOINHA
Trago muitas lembranças da minha infância .
Uma delas é a estação do inverno lá no meu interior.
Na minha Lagoinha por detrás da Serra de Baturité
O romper da aurora começava assim:
Pássaros cantando como pardais,
Sabiás, cancões ,asas-brancas...
Havia outros cada um com seu canto.
Faziam assim sua harmoniosa apresentação sinfônica
As pessoas que escutavam ficavam serenas
Não havia tristeza,
Nem lamento porque era inverno
Todos sabiam que iam ter água
Da chuva nas cisternas
Pra beber durante o verão.
Iam ter feijão verde
Arroz
Comer milho verde assado na brasa
cozinhado ou pra fazer canjica
E pamonha.
Iam ter melão
Melancia
E até jaca madura tirada do pé.
Tinha também o gergelim
Que servia para remédio
Quando as mulheres grávidas tomavam sustos
Sentíamos o cheiro das flores
Apreciávamos o desfile das borboletas
Sobrevoando ao redor da flores
Num colorido tranquilo
Que passava uma calma para as pessoas
E a noite
A lua clareava na mata
Fazendo brilhar no chão a sua luz
Mas no inverno a lua
Ainda era mais bela para os casais de namorados
Pois era muito romântico
No mês de maio irem as novenas de
Nossa Senhora num clima de paixão e fé
E quando chegava
mês das fogueiras era uma alegria só
Havia um senhor chamado Elói.
Que comemorava com fogueiras
E festas os três santos: Santo Antônio
São João e São Pedro
Era muito animado e gostoso
Dançar forró na casa do Elói.
Era como que fosse a festa do agradecimento
Da estação chuvosa na Lagoinha.
Francisco Garcia Maciel.
02 de abril de 2017. Domingo.