À minha leitora secreta
Por vezes mando mensagens sem destinatário;
Por vezes mando mensagens sem remetente;
Deixo a cargo do imaginário,
De quem espera por mim...impaciente
Gosto de colocar mensagens em garrafas,
Que ficam à deriva, como náufragos,
Envio mensagens com cobertor e fumaça,
Todos veem, ninguém se safa,
Mas pode ler, qem tem ausência no âmago,
Escrevo declarações em troncos, no anonimato
vai se perder em profunda dúvida...
quem lê árvores no mato;
dizia Mário Quintana,
poeta que a ninguém engana:
“quando alguém pergunta a um autor,
o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro”
Então eu continuo escrevendo,
E alguém continua me lendo;
No fim não assino, faço apenas um grifo;
Minha leitora: meu texto é apócrifo