À minha leitora secreta

Por vezes mando mensagens sem destinatário;

Por vezes mando mensagens sem remetente;

Deixo a cargo do imaginário,

De quem espera por mim...impaciente

Gosto de colocar mensagens em garrafas,

Que ficam à deriva, como náufragos,

Envio mensagens com cobertor e fumaça,

Todos veem, ninguém se safa,

Mas pode ler, qem tem ausência no âmago,

Escrevo declarações em troncos, no anonimato

vai se perder em profunda dúvida...

quem lê árvores no mato;

dizia Mário Quintana,

poeta que a ninguém engana:

“quando alguém pergunta a um autor,

o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro”

Então eu continuo escrevendo,

E alguém continua me lendo;

No fim não assino, faço apenas um grifo;

Minha leitora: meu texto é apócrifo

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 05/04/2017
Código do texto: T5961700
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