Nostalgia!

Hoje acordei com aquela vontade de Poesia

Da desordem organizada do meu lar

Do Barrulho dos meus filhos brincando

Do sorriso do meu amado

Olhei-me no espelho e inquietei-me

Uma espinha a alarga-me ainda mais o Nariz

Minha herança Bantu

A infeitar meu rosto arredondado

Tão parecido com o da minha vó Lídia

Mulher guerreira, nascida nas terras batidas de Pernambuco

Neta de escravo fugido

Ainda menina casou-se com um branquelo

Meu avô Antonio

Descendente de uns Holandeses que andaram por aquelas bandas

Fizeram muito amor e filhos durante a vida

16 sobreviveram, cada qual teve pelo menos meia duzia de filhos

Saudade deles que já se foram

Do meu Pai João, minha mãe Aurora

Do irmão Oscar que botou a mochila nas costas

Da primanhada espalhada pelo mundo afora

Doce nostalgia que se transforam em poesia

Lúcia Peixoto
Enviado por Lúcia Peixoto em 04/04/2017
Reeditado em 04/04/2017
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