ASTÚCIA

Dias difíceis... Escuros... Os olhos não enxergam!

Por que a gentileza deu lugar à hostilidade?

Por que a guerra é ainda mais fria, mais gelada que a sobremesa

Velada sobre a mesa.

A mesa em que não há mais família reunida

E sim conspirações.

Já não há fartura e harmonia, café e alegria: faz parte,

Já que há falta de primavera neste instante!

A cadeira de balanço está muda

Pois o trabalho já não permite o sono em dia!

Menos ainda: brigadeiro, cachorro, poesia

Praia, comédia, descanso e ousadia.

Não ousamos entender-nos cidadãos e sim, submissos

“É a parte que nos resta nesse latifúndio”

Pois a incerteza que se alastra é covardia!

Fazendo-nos esperançosos em uma providência que revogue

Nossa constante e lenta agonia.

Tudo é insegurança, inconstância, desesperança

O céu nublado não espanta

O que espanca são as astúcias, no paço, nas madrugadas.

Já não me movo a favor de melhorias,

Já que o mundo só me oferece emboscadas.

E é tão lento meu esforço em superar

Tenho tão pequena voz neste lugar

Que já nem durmo durante as madrugadas.

Beatriz a Emanoela
Enviado por Beatriz a Emanoela em 03/04/2017
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