Involução humana
Há tanta gente carente disfarçada como predador feroz
São apenas presas frágeis ceifadas por uma frase doce
Estão tão perdidas tentando se protegerem em fantasias
Seria preciso não construírem muros para terem vizinhos
Mas o medo paralisante está presente por todos os lados
Choram secretamente a tristeza da solidão em que estão
Homem, mulher, criança, idoso, todo tipo de gente tão só
Não abrem suas portas, não se despem de suas fantasias
A raça humana está falida, o humano perdeu a essência
Amam sem assumirem, estão famintos e não pedem o pão
Estão loucos por água e morrem sedentos diante da fonte
Há pão, há amor, há água límpida, mas o medo os cega
É preciso que uma nova geração surja com novos valores
Uma geração evoluída, que não tema seu gênero humano
Eu tenho medo das pessoas; não caço e não sou caçadora
Observo do meu canto o desencanto de tanta gente cegada
Lamento estar vivendo tal momento, lamento por todos nós
Entristeço-me por saber que não conhecerei a nova geração
Alegra-me a ideia de que haverá gente saciada, haverá sim