A SEMENTE...
Deixe-me agora,
Sou o passado teu.
A chama que sucumbiu,
Um olhar que já dormiu,
Noite para não sonhar.
Deixe-me ir embora,
Sou um som ateu,
O alento que serviu,
Assobio que jas servil,
À um anjo para sussurrar.
Deixe-me sem demora,
O brinquedo que se perdeu,
Ideia que veio e sumiu,
O sinal que o amor não viu,
Mas a dor ficou à devorar.
Dê-me essa liberdade efêmera,
Não há lugar para me esconder,
Sete palmos de sentimentos,
Concretos ressentimentos,
Uma cruz sem nome ou data,
De uma vida inexata,
Morte lenta por viver.
Deixa, deixa...
Morri, morro e vou morrer...
...Amor não flora.
A dor semente...
... Amor não flora.