IRREQUIETO
Transpasso, irrequieto, vale mais que profundo
Igual alegre menestrel a se portar aventureiro.
Vou devagar a virar mundo e quase tudo,
Desperto, vivaz e muito mais matreiro.
Aonde vou sou perenal caminheiro
A vagar em lugar desigual e tão confuso.
Caminho difícil sem qualquer companheiro
E n’algum lugar sou chamado de intruso.
Já não confio neste estranho mundo
Que mais parece um grande pardieiro.
De homem rude insano, imundo,
Mequetrefe, fugaz, mexeriqueiro.
Não explico não suplico e nem confundo
Deito e descanso em meu travesseiro.
Varo a noite em sono tão profundo,
Sob a luz do meu amigo, o candeeiro.