ERRANTE

O fogo ,a água , o calor, o frio .Por trás do óculos o olho , por trás do olho você.

O cheiro , a textura , o brilho , o vento ao bater na pele ,íntimos arrepios mudos. A saudade me espanta. Inesperado , o vento então invade a aurora, outrora suja a casa , as janelas , sacode o vestido no varal.É tudo tão desleal . Enfim , nada era meu.

E então quem os colocara ali? Ali sem jeito ? Ali, desfeitos ?

Olhar a a folha que cai da arvore no chão desespera-me a lembrança da despedida, entretanto , a boca está amarga. O gosto do desgosto por certo parece amargo. Não compreendo aqui dentro o que interpreto fora de mim ,enfim são as canções perdidas e os fatos indissolúveis ecoam em meu jardim.

Os pés descalços, e os cabelos em desalinho. Útero ambulante sem nome, transito entre as cidades sem bandeiras.

E sem destino, dentro do teu espaço e longe do meu esquadro, você é real , pois teus olhos sorriem para mim.E no bailar das cores que encerram os dias, as sombras constroem lugares distantes. Lembranças sem nomes...

O caminho é uma dura realidade para aquele que um dia teve de partir errante.

Thércia Lucena

Thércia Lucena Grangeiro Maranhão
Enviado por Thércia Lucena Grangeiro Maranhão em 18/03/2017
Reeditado em 24/03/2017
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