Vejo o Clarão de Lá!
O perfume das flores. O aroma: do hortelã, da melissa, do alecrim e da canela. Me fazem esquecer a baderna que a vida na rotina viciada dos tempos se tornou. Adocica minhas narinas sem causar enjôo, faz meu “ Eu” desdizer o que não quer calar.
Cá estou entre tantos! envolvida com tanto! Mistério do “Deus” sem rosto, que faz de mim aprendiz do ideal supremo do belo, que elegi como cura para tamanho absurdo.
Busco aquela ótica, o olhar que sempre almejei, única solução para minha alma pagã, que pede este, o caminho mais fácil para o transcender do lodo.
Ambiciono me despir do autoflagelo. Acostumei estar nua de alma, perdi as vestes, a vergonha de ser deste mundo, mesmo que rendeu-se , perdendo em meio a planetas...galáxias...universos. Numa rotina aparentemente inútil.
O horror, a dor, a auto piedade que ainda me persegue buscando o “senhor”. Se o encontrasse rogaria a ele que me levasse para onde mora.
O mundo de lá!! Ah! Almejaria que produzisse o brilho furta cor da felicidade. Iria com todo mundo. De inicio, imaginem!! Montaríamos cabanas, acenderíamos fogueiras com pedra lascada. Entregaríamos à farra da bem aventurança...até esquecer do que fez doer. Esperaríamos a fumaça dos pensamentos que quer nos destruir serem dissipados pela melodia da felicidade, cantada com sussurros e gargalhadas.
Por isto que fico no porto esperando. No mesmo ponto de partida e chegada.