A Cigana
Achava que era coisa de contos literários. Li sobre elas. Mas pude observar uma delas a certa distância e vi tudo, ou quase tudo: era doce. Dentro tinha uma certa rebeldia de criança... Coisa pueril.
De temperatura alta, tempestuosa e sedutora tinha também a malícia dos adutos insanos. E ainda, podia ler nossas mãos a longas distâncias. Guardava segredos...
Tinha os olhos de águia que reluziam o belo lá de dentro de seu peito: um coração amante e o corpo aceso por aquelas chamas das bocas dos dragões. E eu tive mêdo... Muito mêdo. Já o tinha desde criancinha! Diziam que elas são videntes, mágicas... E sei lá o que mais.
Agora sei que têm o fogo vulcânico que nem todos podem ver, vestem o corpo com instigante magia, e se este entra em erupção, fujam ou serão engolidos por lavas que os queimarão dias, noites, anos... Ou por uma vida inteira.