Chuva e Estações
Ele foi no vento alegre com a fumaça do trem na partida a misturar-se a tristeza ainda presa ao cordão umbilical. Era pra não chorar, e então ele fingiu sorrir e tinha como motivo a chuva bonita que caia sobre os verdes cedros. Parecia ouvir uma sinfonia.
Pingou a chuva no trilho escorregadio. Formou-se o rio às margens, rolaram as pedras pro fundo do mangue e a tempestade seguia com os risos fingidos do menino que falava:
- Pinga, chuva! Pinga... Sai passarinho! Sai da chuva, voe pro ninho.
Ele falava ao pássaro enquanto pensava no que sentia. E dizia:
- Te mato com o amor que morre, e saudades nunca sentirei.