Rimando os Versos por Onde Andei (Parte 2)
Dia 12/ o9/ 83, Passei a noite em Araguaína-GO, sábado.
Levantei cedo e disposto
Pra enfrentar o estradão
Fiquei animado ao ver nas placas
Que estava perto do Maranhão
Talvez, se eu fosse contar
Ninguém iria acreditar
Então umas fotos tirei
E quando em casa chegar
Vou correndo revelar
Pra mostrar pra todo mundo
Os lugares por onde andei
Em contraste com a natureza
Muita miséria avistei
Mulheres lavando roupas
Ajoelhadas na beira do rio
Crianças sem roupas, no meio do lago
Coisas que aqui ninguém nunca viu
Cheguei em Itinga, divisa do estado do Pará
Fiscalização pente-fino lá encontrei
Polícia Federal descobrindo cargas
À procura daquele que burla a lei
Policiais empunhando armas pesadas
Um a um, íamos passando
Encostava o caminhão no pátio ao lado
Com as notas na mão ficava aguardando
Bem próximo dali, havia uma cabana
Um homem exibia uma onça pintada
Era um meio de sobrevivência
Fazia as fotos de quem lá portava
A onça era mansinha
Por aquele caboclo ela foi criada
Dizia ele ter pego bem filhotinha
Encontrou num cerrado abandonada
Sua mãe foi morta a tiros
Com as garras no ombro de uma vaca leiteira
Indefesa caiu na emboscada
Sob a mira de uma cartucheira
Eu também tirei uma foto
Pra mostrar pra minha gente
Tenho vivo na memória
Guardo a foto para sempre
Continuei a viagem
Apreciando a paisagem
Seguia firme no volante
Muitas horas desgastantes
Então parei descansar,
Na sombra suavizante
De uma linda árvore gigante
Fiquei a espera do sol baixar,
As lembranças vinham à tona
A saudade começava apertar
Minha família por mim esperando
Não parava de pensar
Parecia estar vendo minha mãe
Que no portão ficou acenando
Desejando boa viagem
E pra mim ficou rezando
Continuei a viagem,
A tarde era quente
A noite abafada
Continuava sozinho
Pro meio da estrada
A noite era calma
A estrada vazia
Ouvindo o rádio tocar
O pensamento voava, me dava agonia
Lembrava de meus irmãos
Aí voltava a alegria
Se eles pudessem estar aqui
Apreciando o dia-a-dia
Parei para dormir
Mas o sono não vinha
Pensava na vida
E nos compromissos que tinha
Dia 13/ 09/ 83, Imperatriz-MA, domingo.
Acordei bem cedinho
Com o apitar da serraria
Levantei depressa e disposto
A enfrentar um novo dia
Mais um dia no asfalto
Eu cortei o estradão
Cheguei no Pará
Já deixei o Maranhão
Nas estradas ia notando
As casinhas de palha e puro chão
Era uma pobreza constante
Me cortava o coração
Ao passar por vilarejos
Muita gente eu via andando
Carros de boi, carroça e cavalo
Suas marcas iam deixando
No lombo de um só jegue
Mulher e dois filhos que iam passando
Carregavam um corote de água
Nos braços levava uma criança chorando
O domingo era bonito
Muita gente a passear
Alguns indo pra feira
Outros pra igreja rezar
Continuando a viagem
Mãos firmes no volante
A Deus fazia uma prece
Que me protegesse todo instante
Pois passaria por um trecho perigoso
Paragominas, vinha logo adiante
Também conhecido por Paragobala
Lugar sem lei, de gente destemida
Onde muitos só ganham dinheiro
Matando inocentes, tirando uma vida
Açailândia já ficou pra trás
Paragominas ainda está pra chegar
Castanhal, Santa Isabel
Antes tem São Miguel do Guamá
Depois vem Santa Maria, Ananindeua
E finalmente Belém do Pará
Ao longo da estrada
Vi vaqueiro, vi boiada
Troteando pra uma nova pastagem
Só poeira levantava
Esperando a boiada passar
Muitas vezes eu parei
Invadiam a pista inteira
Com uma foto registrei
Na estrada eu ficava encantado
A cada paisagem que via
Cada dia era uma história
Muitas linhas escrevia
Registrei tanta beleza
Que fiquei apreensivo
Quem sabe isto tudo um dia
Faça parte de um livro
Dos lugares por onde andei
Descrevi em versos o que avistei
Fui sugando a natureza
Trazendo tudo pra minha mesa
Foi a forma que encontrei...
OBRIGADO SENHOR !!!
Dia 12/ o9/ 83, Passei a noite em Araguaína-GO, sábado.
Levantei cedo e disposto
Pra enfrentar o estradão
Fiquei animado ao ver nas placas
Que estava perto do Maranhão
Talvez, se eu fosse contar
Ninguém iria acreditar
Então umas fotos tirei
E quando em casa chegar
Vou correndo revelar
Pra mostrar pra todo mundo
Os lugares por onde andei
Em contraste com a natureza
Muita miséria avistei
Mulheres lavando roupas
Ajoelhadas na beira do rio
Crianças sem roupas, no meio do lago
Coisas que aqui ninguém nunca viu
Cheguei em Itinga, divisa do estado do Pará
Fiscalização pente-fino lá encontrei
Polícia Federal descobrindo cargas
À procura daquele que burla a lei
Policiais empunhando armas pesadas
Um a um, íamos passando
Encostava o caminhão no pátio ao lado
Com as notas na mão ficava aguardando
Bem próximo dali, havia uma cabana
Um homem exibia uma onça pintada
Era um meio de sobrevivência
Fazia as fotos de quem lá portava
A onça era mansinha
Por aquele caboclo ela foi criada
Dizia ele ter pego bem filhotinha
Encontrou num cerrado abandonada
Sua mãe foi morta a tiros
Com as garras no ombro de uma vaca leiteira
Indefesa caiu na emboscada
Sob a mira de uma cartucheira
Eu também tirei uma foto
Pra mostrar pra minha gente
Tenho vivo na memória
Guardo a foto para sempre
Continuei a viagem
Apreciando a paisagem
Seguia firme no volante
Muitas horas desgastantes
Então parei descansar,
Na sombra suavizante
De uma linda árvore gigante
Fiquei a espera do sol baixar,
As lembranças vinham à tona
A saudade começava apertar
Minha família por mim esperando
Não parava de pensar
Parecia estar vendo minha mãe
Que no portão ficou acenando
Desejando boa viagem
E pra mim ficou rezando
Continuei a viagem,
A tarde era quente
A noite abafada
Continuava sozinho
Pro meio da estrada
A noite era calma
A estrada vazia
Ouvindo o rádio tocar
O pensamento voava, me dava agonia
Lembrava de meus irmãos
Aí voltava a alegria
Se eles pudessem estar aqui
Apreciando o dia-a-dia
Parei para dormir
Mas o sono não vinha
Pensava na vida
E nos compromissos que tinha
Dia 13/ 09/ 83, Imperatriz-MA, domingo.
Acordei bem cedinho
Com o apitar da serraria
Levantei depressa e disposto
A enfrentar um novo dia
Mais um dia no asfalto
Eu cortei o estradão
Cheguei no Pará
Já deixei o Maranhão
Nas estradas ia notando
As casinhas de palha e puro chão
Era uma pobreza constante
Me cortava o coração
Ao passar por vilarejos
Muita gente eu via andando
Carros de boi, carroça e cavalo
Suas marcas iam deixando
No lombo de um só jegue
Mulher e dois filhos que iam passando
Carregavam um corote de água
Nos braços levava uma criança chorando
O domingo era bonito
Muita gente a passear
Alguns indo pra feira
Outros pra igreja rezar
Continuando a viagem
Mãos firmes no volante
A Deus fazia uma prece
Que me protegesse todo instante
Pois passaria por um trecho perigoso
Paragominas, vinha logo adiante
Também conhecido por Paragobala
Lugar sem lei, de gente destemida
Onde muitos só ganham dinheiro
Matando inocentes, tirando uma vida
Açailândia já ficou pra trás
Paragominas ainda está pra chegar
Castanhal, Santa Isabel
Antes tem São Miguel do Guamá
Depois vem Santa Maria, Ananindeua
E finalmente Belém do Pará
Ao longo da estrada
Vi vaqueiro, vi boiada
Troteando pra uma nova pastagem
Só poeira levantava
Esperando a boiada passar
Muitas vezes eu parei
Invadiam a pista inteira
Com uma foto registrei
Na estrada eu ficava encantado
A cada paisagem que via
Cada dia era uma história
Muitas linhas escrevia
Registrei tanta beleza
Que fiquei apreensivo
Quem sabe isto tudo um dia
Faça parte de um livro
Dos lugares por onde andei
Descrevi em versos o que avistei
Fui sugando a natureza
Trazendo tudo pra minha mesa
Foi a forma que encontrei...
OBRIGADO SENHOR !!!