A RAPARIGA DO SOBRADO
Tinha um sobrado no meio do caminho
No meio do caminho tinha um sobrado
No sobrado tinha uma rapariga na janela
Na janela desse sobrado tinha uma linda rapariga
Que a todos os mancebos encantava
Uma linda rapariga que com sua pele morena
E olhos amendoados cor de mel encantava
Todas as manhãs com o despertar do sol
Se debruçava com seus fartos seios
No peitoral da janela ela ficava
Parecia esperar por algum príncipe encantado
Perecia sonhar acordada
E todos os mancebos que ali passava
Parecia pensar que a morena a ele esperava
Mas só olhares, desejos, silêncios, suspiros
E sabe-se lá mais que imaginações se passava
Era para os mancebos impossível
Não escolher esse caminho, ainda que mais longo
E retardar os passos, atrasar o batente
Só para ver a bela rapariga na janela
Com seus seios fartos quase à mostra
Era impossível não passar e não parar
Nem que por milésimos de segundos
Em frente ao sobrado e esticar o pescoço
Eu passava passeando, disfarçando
Com as mãos nos bolsos da calça
Só para me encantar com seus pares
De olhos amendoados cor de mel.