As mentiras das verdades
Caminho...
Sigo os passos do bem e do mal.
Há dúvidas que me engole
Cada vez que dou um passo.
Jogo as mãos no chão
E não sei onde estou.
Não sei aonde, não sei onde, e nem quando.
E por diabos de ventos que sopram,
Quando não sei onde irei...
Não sei o que fui,
Por que as flores que morreram.
Não sei o que restou
Dos meus pesadelos.
Não sei o que me tornei,
Simplesmente não sei o que fui,
Nem o que serei.
E por malditos pensamentos indecisos,
Perturbadores, cheios de flores murchas, outrora nem flores, que constantemente me assolam todos os dias,
Por todas as horas.
Por todas as dúvidas
Ainda me restam dúvidas sobre as dúvidas.
Como posso eu não esperar
O que se pode esperar?
Fale por mim, meu demônio interior,
Diga-me que a hora passa,
Mesmo que eu não queira.
Agora, vendo pelo mesmo plano,
Diga-me que os sapatos novos não virão
Simplesmente porque eu quero que venham.
E isso de certo modo, não muda nada.
Espero que ainda assim,
A verdade seja boa para mim.
Mesmo que para você, seja uma mentira.
Então vejamos que tínhamos necessidades
Completamente diferentes.
Pelo mesmo motivo que você sorrir, eu choro.
Ainda não espero, ainda não espero.
Pra quê fingir que tudo era verdade?
Que as manhãs eram frias e alegres?
Pra quê fingir o sorriso?
Pra quê deixar o tempo ir embora
Sem ao menos ir com ele?
Porque passar horas falando mentiras
Que nunca se tornariam verdades,
E verdades que de algum modo,
Eram mentiras?
No fundo, um de nós sabia que não era a melodia certa.
Porque diabos continuou cantando?
Tudo era mentira, tudo foi mentira,
Tudo será mentira.
Porque você não era uma flor de verdade,
Era só uma semente que sonhava ser flor.
E sabemos disso, lá no fundo sabemos que essa era a única verdade.
A verdade das mentiras,
E as mentiras das verdades...