IDEALISMOS FEMINISTAS
Dizem que o amor romântico
É coisa do passado.
Agora o número quântico
Não é mais composto de metades,
De dois seres apaixonados
Que formavam uma unidade,
Mas de dois seres inteiros que se somam,
Cada qual mantendo sua individualidade.
Nos tempos modernos assomam
Esses seres independentes
Que se aproximam porque querem
E quando querem, sem se amoldarem.
Dizem-se práticos ao amarem...
Ambos podem ser bem diferentes
E continuarem assim mesmo ao se gostarem.
Não abrem mão de seus gostos ou rotinas.
A mulher não quer mais um príncipe...
O homem não busca mais uma rainha para o lar.
Acho linda e justa essa história,
Afinal, a mulher já não é mais submissa
E aprendeu a se suprir, a se bastar...
Mas lá no fundo, na feminina memória.
Mantém-se a figura do príncipe, do herói
E encarar a exaltada solidão, com garbo e glória,
Para algumas, como eu, ainda dói...
Eu, como tantas, ainda sou sonhadora...
Como muitas, ainda me sinto metade
E busco, romanticamente,
Meu complemento masculino,
Para alcançar a total felicidade...
E não me importo de me amalgamar
Ao corpo do meu homem.
Nessas horas, idealismos feministas somem
E o sonho de ter alguém e de a ele pertencer,
Ainda me faz muito bem... Ainda me dá muito prazer.
25/02/2017