CARNAVAIS DA SAUDADE
CARNAVAIS DA SAUDADE
Dando asas a nostalgia, parei e me pus a pensar,
O tempo passou sorrateiro mudando tudo de lugar,
Planos, preferências, até a disposição de viajar...
Alguém sabe Quando? Como? Por quê?
Pois realmente isso; não sei dizer!
Daquela turma querida, muitos mudaram de endereço...
Alguns estão no firmamento, outros, só no pensamento...
Que saudades... Quantos risos! Quantas alegrias!
Pescarias, folia na praça, blocos e bonecos no salão...
Anedotas, cantorias, causos, farras à beira mar...
Crianças na praia dormiam em caminhas improvisadas
Jovens no porta malas, iam felizes rumo à descontração.
Alguém de castigo fingia estudar, pra não perder a festança,
Calafrios na praia chuvosa, busca de conchas e caranguejo,
E os ciumentos? ataque com toalha, mastro, oh gozação!...
Enfim, em lugar das marchinhas, na folia só dá axé e forró,
A galera mudou. Gente séria, nesse meio, tem-se até doutor...
O Solar, a pracinha, o mar com peixinhos dourados no cais,
Pedra de coração, plantação de algas em águas cristalinas.
Agora a praia é redonda, bela visão, crustáceos e lagostas.
Relembro a inauguração: um paraíso em plena construção,
La fora, a lua fornecia o luar, dentro um débil lampião ardia.
Cenário de paz ao redor da família. Era feliz e não sabia...
Registros do coração, arquivados nas gavetas da memória,
Afinal, seria bem melhor, se no tempo ainda pudesse voltar...
Mira Maia 22/02/2017