Tempo
Quanto tempo tem o tempo?
Quanto lhe fora dado
De emoção, sentimento
Quanto medo tem o tempo?
De errar, de perder tempo
Quanto sorrisos guardados em uma memória
Anedotas, as linhas de uma história
Onde se guarda o tempo de uma memória?
Além de uma arca de divina glória
O tempo ensina
É pai, é mestre
É ausente, por vezes recente
Lembra, do que por muitas vezes
Com o tempo se esquece
Como medir o tempo sem aceitar a dor
Como ver o tempo que passou
Sem provar o amor
Um lírio sem uma flor
De que vale o tempo que lhe fora dado
Se não fostes bem aproveitado
Guardado, deixado de lado
Em um berço de covardia
O tempo é uma benção, uma maldição
O pecado, com perdão
O vento do imprevisível
Mas que pelo tempo foi previsto
Pouco tempo, muito tempo
Da onde vem esse sentimento?
De que tudo tem seu tempo
Aprendemos com ele
Em ver sua face em meio ao obsoleto
O tempo é vida
Da voz a poesia
E asas a quem ama
Pernas a quem corre
E voz a quem clama
A visão do cego sob o olhar do mundo
Muitas horas em um minuto
O tempo em si, infinito
Mas nosso tempo não