Poesia inacabada!
Olho para trás e vejo o caminho que já percorri até aqui,
Lembro das surras que a vida me deu e de tudo que já vivi,
Lembro do tempo que o futuro era só uma palavra vazia,
Lembro das broncas que eu levava, das besteiras que eu fazia.
Às vezes não me dou conta do tempo que já passou,
Não me dou conta de quem eu era, nem de quem eu sou,
É a esteira da vida que corre sem freio,
É a saudade que insiste em ficar.
Lembro daquele vento fazendo voar a cortina,
Lembro da escola e do salgado que eu comprava na cantina,
Lembro das noites de pesadelo e do dinheiro que ela me dava
Pra cortar o cabelo.
Saudade da matemática, do meu pai me ensinando a somar,
Saudade do achocolatado que minha mãe fazia pra eu tomar,
Do presente dado, mas comprado com o dinheiro dos pais,
Das flores, das roupas, dos cartões, tanto faz.
Queria ao menos uma chance para reviver qualquer dia,
Curtir cada verso da minha história,
Deixando inacabada essa poesia.
Uma reticência eterna de um amor materno incondicional,
E um abraço fraterno, cheio de afeto do meu pai
Com aquele tapinha nas costas tradicional no final.
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