VALENTINE’S DAY

O amor é um presente mesmo estando ausente. Ausente, não quando acaba, mas quando não há quem o corporifique. Porque quem ama sempre deseja ter a posse do objeto de seu amor. Nem sempre é possível, nem tão fácil assim. Além disso, o amor é livre, não aceita amarras, nem insultos. É como aquelas plantas caprichosas que brotam no meio do asfalto rachado e, às vezes, perecem e morrem naquele lindo vasinho da janela. Erga as mãos para o céu se você ama e também é amado. Que dádiva é essa! Pois há muitos que carregam o amor solitário, amam amar e estão sempre apaixonados mesmo não tendo ninguém. Fazem planos e projetos para quando o amor chegar. Será assim ou será assado. E dia após dia, passam do presente ao passado. Iludidos? Mas, não será uma boa distração divertir-se em imaginar? É melhor que perder tempo amaldiçoando a vida, murmurando a despedida, a desesperança a cultivar. Há pessoas que não amam com medo de errar como os que amam de menos e os que amam demais. Os primeiros já entram no relacionamento com o pé atrás. Embarcam. Mas, cultivam a esperança de um dia encontrar um alguém melhor, mais especial. Lidam com pessoas como se fossem objetos. Nunca se entregam; pelo menos nunca por completo. Metade são e não procuram a cara metade. E, sempre deixam vazios os corações que os acolhem. São, por natureza, volúveis e insensíveis. Fingem, mentem e dissimulam. Juram dizendo que amam para dizer depois que não amam mais. Diferentemente desses, há os que amam demais. E, por amar tanto, tornam-se violentos, pois são muito passionais. Amam por si e pelo outro também. Transformam o zelo em ciúmes e este em perseguição. “Ai daquele que o trair e ousar deixá-lo”. Do céu irá ao inferno. Perderá a paz e o sossego. E quando tudo se finda, e na estrada da vida um se perde do outro, envelhece o corpo e a tez... basta aparecer novo amor para começar tudo outra vez. Eu prefiro o amor sossegado. Aquele que Cazuza cantava, com sabor de fruta mordida, na batida, no embalo da rede. Amor para encher a alma e matar um pouco da sede.

Adelaide de Paula Santos em 14/02/2027 às 13:55

Ah, não perca a esperança: Se não for hoje, ainda temos o 12 de junho!

Adelaide Paula
Enviado por Adelaide Paula em 14/02/2017
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