que noite foi essa???
Minha infância...
Foi algo tão especial pois brinquedos eu os criava...
Ou apenas carreteis e linha viravam eixos e rodas...
Inventava com caule do milho os aviões com asas???
Mas o que mais era maravilhoso era viver caçando...
Assim ativava o meu espirito de aventuras sem medo...
Rumava a noite atrás dos meus tios procurando o pai...
Aquilo era um desafio pois a noite no escuro sem nada...
Via apenas a luz a frente de um farolete do meu tio ia...
Iluminando o seu caminho e eu o seguia de longe...
Longe tão suficiente para não ser visto ou ouvido...
Hoje imagino que tal coragem era procura do pai...
Outro meu tio ou alguém que estivesse na cidade...
Seria responsável de me trazer de volta para casa...
Assim para evitar me fizeram uma surpresa ruim???
Esse dia não me esqueço jamais, pois fugi tanto...
Cheio de coragem atravessei a ponte sobre o riacho...
Havia um monte de pano e uma vela acesa no caminho...
E lá na frente seguia o meu tio com sua luz e ao ver...
Incrível pano que era um lençol se ergueu do solo...
O fantasma veio em minha direção e eu corri tanto???
De passagem pelo riacho nem usei a ponte e corri...
E chegando em casa ofegante imaginei que escapei???
Soube depois de anos passados que jamais segui alguém...
Um dos tios foi a frente e se preparou ali no caminho...
Reparando quando atravessei a ponte ele acendeu a vela...
Pois estava sob o lençol e eu só pude ver o pano branco...
Reagi como qualquer um com medo de fantasmas ou almas...
E assim fugi como o diabo foge da cruz tal qual as pernas...
Se tornassem rodas e girando as mil rotações por minuto...
Ali esqueci da minha coragem que ficou na margem do riacho...
Sem querer aprendi que não valia a pena seguir alguém!!!