Pela saudade
Vim, pela saudade.
Estradas se fecharam por onde passei.
Atravessei rios, saltei muros, estou aqui.
Trago sonhos feitos, amores desfeitos, rugas na face, grande nostalgia. Tristezas muitas, alegrias tantas. nada a reclamar.
Segui a musica das estrelas.
As estrelas de que falo, iluminam ruas antigas, casas pequenas, onde o vento circula, trazendo as frases do mar.
Precisava abraçar velhos amigos, visitar as bibliotecas da alma, rever antiguidades, e o relojoeiro que tem a calma do Buda diante do altar.
Pareço um século dentro de mim. Um monge em ritual solene, entre cantos Gregorianos.
Anseio ouvir o grande órgão, na igreja antiga.
Tenho a lembrança como meu maior açoite.
Vim pelas mazurcas e as valsas, que uma mão suave me ensinava a dançar.
Uma alameda que vai de encontro a um lampião de gás.
Um candelabro imemorial, cheio de mágicas.
Um banco de jardim esperando a namorada.
Ainda guardo, adormecido, um perfume raro, num olhar amigo, em mãos, que acariciaram meu viver.
Preciso que ela venha, despertá-lo.
Quero conversar de novo, com a felicidade!