FAROESTE URBANO

Medo, pânico, vertigem, obsessão

Fobia social

Suor frio em tempo quente

Céu nublado

Asfalto quente

Mancha de sangue fresco derramado

Pega, corre, pega, pega

Olha o rapa Rapa!

Pega, solta o ladrão

O pivete morreu

Na contra-mão atrapalhando o tráfego

Do pacato cidadão

Quem é o cidadão de bem?

Guarda, guarda, esconde o celular

Podem roubar suas músicas

Suas histórias, sua identidade

Leve o trocado para o ladrão

Esqueça a corrupta polícia

Corpos desprotegidos

Medo da polícia e do ladrão

Mãos ao alto cu apertado

E agora, quem poderá nos defender?

O Fantasma, o Coveiro, o Poeta

Almas nuas fragilizadas

Multidões urbanas solitárias

Ao sair reze para voltar

Se distraia com as paisagens

"Olha que coisa mais linda

Mais cheia de graça..."

Mas cuidado com a namorada dela

Respire fundo leia algumas poesias

De um Poeta Carioca

Oh cidade maravilhosa.

Jô Pessanha
Enviado por Jô Pessanha em 11/02/2017
Reeditado em 12/02/2017
Código do texto: T5909132
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