Nunca musa
As vezes penso que amo e tento desesperadamente alcançar o amor.
Ele muda pouco, dois ou três rostos por toda a vida.
Alguns sorrisos, outros vozes e lábios, outros inteligência.
O sentimento me toma, logo em seguida me deixa sem se despedir.
Cheia e vazia.
Emotiva e fria
Vou alternando quem sou no decorrer das horas, dos dias, dos anos.
Mas queria mesmo ser o alvo e não o dardo.
Queria saber como é ser amada incondicionalmente.
Ser a musa, a carne, as vozes na cabeça de alguém, sorrisos.
Mas ser invisível é minha sina.
Nunca protagonista.
Que cruel é ser uma admiradora do amor e de todas as suas faces, mas nunca representá-lo.
Sempre atrás das cortinas, escutando os aplausos e vendo as rosas caírem.