Espectro

Em certas noites de lua oculta

quando o tempo cansa e silencia

seu arrastar de sedas e correntes

eu recebo das doces mãos da madrugada

os sonhos perdidos pela estrada.

Eles parecem vir de longe, de onde não há nada...

Assombrados, resvalando pelos cantos

como almas penadas, penas eternas

do que foi um dia a minha quimera.

Continuam belos sob a triste máscara

que tê-los perdidos lhes confere.

Desses fios entremeados pela noite insone

teço meu devaneio sobre um som distante...

O sonho de seu riso perto, canção errante

Anunciando meu nome como um espectro

a ser esquecido nos meus guardados velhos.

Anna Wurlz
Enviado por Anna Wurlz em 08/02/2017
Código do texto: T5906786
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