ALFA

Vestir-me de branco

Falar com calma

Preparar minha alma

Quase ser santo

Apagar a luz quando querer que me brilhem olofotes. Encontrar a

limpeza por debaixo dos esgotos aos céus abertos e cinzentos.

Perder a conta das contas que me devem. Pagar em contas vistas as

prestações que prometi.

Ficar a sós no meio da multidão que fervilha minha inconstância

sentimental, moral, consciente. Ser descente e jamais descrente nele.

Jogar os anéis e manter as mãos vazias do presente abaixo dos arco-iris.

Aceitar a dor, por ser-me prometida, querida, e até hoje mal vivida.

Tenho que arrastar-me junto às cobras que o cercam, para entender seus motivos, e tua vingança contra elas.

Tenho que sentir medo de ser. E temer chegar aos teus pés.

Tenho que desagradar-me de mo ser.

Tenho que esquecer de quem sou.

Por ti, que horas parece estar dentro de mim. E eu tão longe de ti e de mim.

1-05-07

Nádia
Enviado por Nádia em 02/08/2007
Reeditado em 10/12/2008
Código do texto: T590368