ALFA
Vestir-me de branco
Falar com calma
Preparar minha alma
Quase ser santo
Apagar a luz quando querer que me brilhem olofotes. Encontrar a
limpeza por debaixo dos esgotos aos céus abertos e cinzentos.
Perder a conta das contas que me devem. Pagar em contas vistas as
prestações que prometi.
Ficar a sós no meio da multidão que fervilha minha inconstância
sentimental, moral, consciente. Ser descente e jamais descrente nele.
Jogar os anéis e manter as mãos vazias do presente abaixo dos arco-iris.
Aceitar a dor, por ser-me prometida, querida, e até hoje mal vivida.
Tenho que arrastar-me junto às cobras que o cercam, para entender seus motivos, e tua vingança contra elas.
Tenho que sentir medo de ser. E temer chegar aos teus pés.
Tenho que desagradar-me de mo ser.
Tenho que esquecer de quem sou.
Por ti, que horas parece estar dentro de mim. E eu tão longe de ti e de mim.
1-05-07