HOW ARE YOU DOING?

Oi, amor!

Eu respondo todos os dias a essa pergunta. Faço o meu relatório diário de todas as coisas nas quais me envolvo. Hoje mesmo, terminei e voltei com você pela quarta vez em quatro meses, cuidei do meu destemido cachorro, aguei as minhas plantas, fiz café, li as notícias, agradeci a Deus o tempo nublado e pedi mais chuva, relâmpagos e trovoadas. Um dia nublado é mais aconchegante, as pessoas são obrigadas a ficar juntinhas dentro de casa. E, ficando juntas, quem sabe não se reconheçam, quem sabe. Coloquei a sua playlist, pois virei você, amo tudo o que você ama e nada do que fui até agora me importa. É, amor, sou dramática. E já percebi que você também é, basta olhar os emotions chorando que você me envia quando eu demoro cinco segundos para lhe responder. Baby, vamos parar com isso, pois somos dois cinquentões com uma boa lataria, mas o coração avariado. Eu rio do que escrevo também, anota aí. Por que atrasei a publicação? Porque ontem fui para um carnaval privado. É, um carnaval igualzinho a todos os outros mas onde os foliões são todos amigos. E, no meio da sala, pulamos e dançamos ao som de antigos carnavais. Amor... Tá tocando a nossa música! Não, no carnaval não; o carnaval foi ontem. Agora!!! Qual é a nossa música? Que pergunta mais impertinente, nem parece que está acompanhando a história de amor que estamos fazendo! A nossa música é “I Believe”, Don Williams. Desde quando? Desde a publicação do artigo terceiro, parágrafo único, inciso 10, caput de dezessete de dezembro dois mil e dezesseis. Desculpe-me, por não avisá-lo com antecedência, mas chega uma fase do relacionamento que precisamos de uma música para embalar as noites em claro e as manhãs sonolentas e, como sou ansiosa, escolhi por mim mesma a nossa "Love Song". Você não sabia da minha ansiedade? Na verdade, eu não sou ansiosa, eu tenho iniciativa e sou proativa, sou daquele tipo que tem visão, vai lá e faz. Gostou, não é? Eu sabia! Um problema a menos. Deus acaba de atender as minhas preces; chove torrencialmente. Eu sei que você não gosta de chuva, muito menos as torrenciais, mas essa chegou na hora certa e pôs fim ao churrasco que alguém preparava aqui em cima. Não. Eu não desejo o mal alheio, não. Eu só não curto a playlist deles que começa com a música dos cinquenta reais. Não, não queira saber detalhes, pois não há detalhes que mereçam ser conhecidos. Vamos continuar aqui; continue prestando atenção em mim, só em mim, hein!? Ciumenta? Eu? Jamais. Cuidadosa! Amanhã, recomeço as minhas atividades laborais. Nossa, quanta formalidade! É, vivendo os finais. Sabe que poucas pessoas podem dizer: “Vi, vivi e venci” Pois, é! Essa sou eu. Afinal, são mais de trinta anos em sala de aula, labutando sobre essa tal Língua Portuguesa! Por que “essa tal”? Agora, fiquei com vontade de rir. Amor, esse meu idioma não é fácil, não. E, olha que eu não me canso de exercitá-lo. E quanto mais aprendo, mais tenho a aprender. É, amor, você tem razão, aprender é sempre bom, não é? Meus planos? Nada em especial, quem sabe preparar uma cobertura de chantilly e escolher a cereja. É, amor. É uma ótima forma de acabar uma receita de sucesso.

Bye, baby! E, cuide-se!

Adelaide de Paula Santos em 05/02/2017, às 13:31.

Tem gente que se vê onde não está e onde está não se vê. Ficção é ficção e a vida nem sempre é fato. Adoro carnaval fora de época!

P.S.: Deus parece democrático, tá liberando um tempo bom para quem quer curtir um churras. Vá lá, é Deus, né?! THE BOSS!

Adelaide Paula
Enviado por Adelaide Paula em 05/02/2017
Reeditado em 05/02/2017
Código do texto: T5903417
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