Poetisa do mar

Ela queria ser como o Habeas corpus a libertar a ojeriza da carne

Falava com desenvoltura de filosofia dos deuses

Entoava seus salmos de veraneio ao som de uma viola alentejana.

Contava alto e bom som seus sonhos

Seus fetiches eram contas de mar

Suas fábulas sonhos de veranear

Lúcida poetisa

Versada nas letras vernáculas

Alegrava homens náufragos

Em intermitentes soluços épicos

O religar das sandálias dela

Avassaladores pés tocando a beira mar

Como a paisagem se imiscuía na sua desenvoltura

Vinicius Santana
Enviado por Vinicius Santana em 03/02/2017
Reeditado em 03/02/2017
Código do texto: T5901742
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