Poetisa do mar
Ela queria ser como o Habeas corpus a libertar a ojeriza da carne
Falava com desenvoltura de filosofia dos deuses
Entoava seus salmos de veraneio ao som de uma viola alentejana.
Contava alto e bom som seus sonhos
Seus fetiches eram contas de mar
Suas fábulas sonhos de veranear
Lúcida poetisa
Versada nas letras vernáculas
Alegrava homens náufragos
Em intermitentes soluços épicos
O religar das sandálias dela
Avassaladores pés tocando a beira mar
Como a paisagem se imiscuía na sua desenvoltura