Dos caminhos de Maria
E Maria já se vestiu de tantos trajes
- Mulher - força que rege o o mundo -
Do trabalho se fez amante..
De muitos caminhos...
Vendeu o pão quentinho que alimentou trabalhadores...a família que alimentou o corpo e a alma não satisfez
Cortou tecidos de todas as cores. De diversas estampas e flores...viu flores em pedaços de panos o ornamento do corpo que frequentou igrejas...praças e movimentos .
Educou crianças ainda em berços, cercados de pelúcias e mimos cantou cantigas antigas de ninar afastando a saudade da mãe que tinhas horas pra chegar...didática que chegara para auxiliar...
Ensinou letras aos pequenos...leu histórias aos demais recitou poesias...narrou histórias...para evitar que meninos e meninas se tornassem escória.
Ouviu música com os Jones ...recitou sua poesia acrescentou história a amada filosofia...
Deu ânimo a gramática aos adultos trabalhadores que buscavam realização...foi ombro no choro...sorriso...voz e muitas vezes correção;
Aprendeu com os velhos a valorizar a vida...a buscar o tempo...a escrever para vencer e ler somente nos livro as feridas...aprendeu que em qualquer tempo se aprende e que o tempo é um grande professor... e foi poesia de versos abertos...desalinhados e sem rima...paixão sem amor - Amor sem paixão... dor...
Maria...
... foi rima, é poesia que se faz, educa e que nunca termina...e que passa por caminhos sutis e poéticos onde a desistência não alcança...onde a vida não é mansa e não permite cais...
Mulher do seu tempo a frente do seu tempo...dirige a si e nada mais... Mulher a frente do seu tempo ...sem ais...com alegria ainda rodeias as tais caçarolas vazias e acalenta as crias...vive e nada mais...
Brasília - DF,2017.
- Do imaginário poético.