Sem escrúpulos (Intenso Poema - 2005)
A noite é clássica e possui um intenso poema. Suas sombras são trágicas e o luar ainda é jurássico. As construções nasceram e dentro delas brotaram os anseios e desnudaram-se os seios. A humanidade se amamenta incessantemente e deliberadamente crescem os personagens do planeta.
A história é clássica e trágica, nas máscaras de ferro, nos navios negreiros, na santa inquisição, nos episódios de colonização e genocídio absurdo das guerras.
A história é mágica, onde no ato covarde, torna-se realidade e vangloriam-se e contam-na até nos ensinos. As coisas e suas fatalidades impregnadas de ambições são como fogo árduo em pasto nefasto de reses famintas, sem visão e sem olfato. O verde se consome.
Hitler e Mussolini e a fome de Itália e Alemanha, desumaniza o poder, unifica o povo, mas não justifica os cadáveres, o cheiro de fumaça vinda de carne e osso.
A noite é farsa nas páginas viradas com rajadas de vento e metralhadora. O susto acalenta o grito, que impele o eco que vibra nos guetos fétidos da contemporânea e fenomenal história, que todos os dias, cresce marcada e sangrando pelos poros.
A história é escarlate e suas notas são frias, suas máculas são trilhas, onde passeiam revoltas e cicatrizes de açoites sem tréguas, pelas mãos de algozes inescrupulosos, que depois, escondidos e submissos, choram nas noites clássicas e possuem um intenso poema.