UM CIGANO BEIJA FLOR

UM CIGANO BEIJA FLOR

Todas as vezes que parto de qualquer lugar por onde vivi;

Partes de mim ficam por ali.

E se me perguntam quando é que devo voltar;

Respondo: somente quando o vento da saudade me arrastar.

Era uma vez um Cigano;

Tinha a estrada como lar;

De trecho em trecho com seus apetrechos,

Seu endereço, era onde a cabeça pudesse descansar.

Sem precisar determinado plano;

Vagava o mundo com um sorriso no rosto;

Nascido no mês de agosto, seu gosto;

Era saber a quase todos agradar.

Seu otimismo um tanto hilário;

O seu salário,

Não tinha clientes e sim amigos,

Seu soldo, soldado fiel,

Suas contas costumava saldar.

Menino contente, coração valente;

Seu breo era o brio ferido;

Por alguns, homem destemido;

Quisera nunca se sentir ofendido;

Por aqueles que chamava gente.

Homem de boa mente

Mente de homem comum como todos nós outros;

Seguia os retos, muito embora por caminhos tortos;

Somente os loucos

Não acreditariam nos seus contos que ousava contar.

Seu canto, contava as vezes,

Os tantos cantos por onde passou;

Amava a vida, amava até o dissabor.

Sua história de vida,

Não é relevante o tanto quanto para encantar esta prosa;

Mas sei que quando um beija flor beija uma rosa;

Sem saber ele também deixa o seu amor.

PEDRO FERREIRA SANTOS

(PETRUS) ESCRITO EM 28/07/07 EM VIAGEM PARA BELÉM DO PARÁ.