Acidente na estrada
Ela entra. Fecha a porta. Cinge-se de segurança. Certifica-se de onde encontrar o freio e, de início, segue as instruções. Ela sabe que, para sair do lugar, deve pôr o pé direito no acelerador, sem pressionar. Faz isso. Começa a ir em frente, bem devagar.
No caminho, ela adquire confiança. Segue a diante. Vai longe! Se empolga. Se alegra. Se distrai. Acha que esta sozinha nessa estrada e não quer regras. Da segurança se desprende e começa a ir rápido demais.
Chega a sessenta, oitenta, cem quilômetros por hora. Sente o êxtase, a liberdade! Decide fechar os olhos, soltar a direção. Esquece-se do freio e então perde o controle. Não viu o que vinha pela frente. A batida foi inevitável. No percurso ficou os traços do que poderia ser evitado. Ela ficou ali, ao chão, aos pedaços. Solitária, na estrada da vida, pedia socorro...
Na estrada da vida? Sim! Paixão. Esse é o nome dela. Arriscou a dirigir sozinha os sentimentos do coração. Bateu de frente com a desilusão. Quase morre! Do amor esperava o resgate... A razão chegou mais rápido.