Terceiro olho (parte III)
Galhos, ramos da mesma árvore constroem-na, mesmo quando se dirigem a direções diferentes. Há tantas paisagens para se esticar e alcançar... Tudo é tão novo, por mais que se viva. Tanto a aprender, a compreender! Um único existir não é suficiente... E lá vem toda a rebeldia do vento que emaranha a crina dos cavalos, a trança da menina, os cabelos soltos de quem se aventura a sair durante a tempestade, a ser a própria tempestade. Um torvelinho abraça a tempestade e se apresenta como direção. E então, quando não se espera mais nada a não ser inquietação, o vento perde a força, o torvelinho vai se desfazendo aos poucos, o silêncio fala calmamente à alma, o céu se enche de azul, e, lá embaixo, na terra, a vida se apresenta vívida, cintilante, entusiástica e bela. E o olhar vai mais longe, vai para dentro de si mesmo, reconhecendo-se. Ao se voltar para o mundo, reconhece-se nele e em si mesmo. É o terceiro olho despertando afinal.